14 janeiro 2009

A arte de viajar e o tigre branco

No final de 2008 li um dos melhores livros lançados em 2008, na minha opinião, (inclusive foi o vencedor do prêmio man Booker 2008): "O Tigre Branco".O romance de estreia do escritor indiano Aravind Adiga.
Mas já escrevo sobre ele. Antes quero escrever sobre um dos melhores livros que li em 2008, porém escrito em 2002: "A arte de Viajar", de Alain de Botton.
Classificar a "A Arte de Viajar"  não é uma tarefa fácil. Embora tenho o encontrado na prateleira designada aos livros de viagens (creio que por desatenção do livreiro), este livro é muito mais amplo do que seu título possa deixar transparecer.
Neste livro, o escritor e filósofo suíço, navega pela erudição e aplica filosofia ao lado prático da vida, sugerindo soluções filosóficas, porém sem ser pedante. Não é um livro de fácil assimilação. Assumo que pensei em desistir da leitura durante os primeiros capítulos, mas a conclusão do livro convida o leitura a reflectir sobre a vida.
"Infelizmente é difícil lembrar de nossa quase permanente preocupação com o futuro, já que em nosso retorno de um lugar, talvez a primeira coisa a desaparecer de nossa memória é a quantidade [tempo] do passado que pensamos sobre coisas que virão, quanto tempo gastamos em outros lugar, ao invés de onde estamos", minha, pobre, tradução do inglês.
Alain de Botton dá dicas de como tirar o melhor da vida (dessa viagem que é a vida) e transforma-la em arte, por, simplesmente, prestar atenção nas coisas que nos cercam e no momento que nos cercam.
A Arte de Viajar
Alain de Botton
Editora: Rocco
Edição: 2002




O Tigre Branco


Conheça Balram Halwai, o "Tigre Branco": Servo, filósofo, empreendedor, assassino. Assim o Tigre Branco é descrito logo na contra-capa do livro.
Li a dica no blog do Zeca Camargo (sim, o apresentador da globo) e fiquei curioso. Comprei o livro, comecei a lê-lo e não conseguia larga-lo. Fazia tempo que não aprendia e me divertia com uma leitura (Salve Machado de Assis, que não tem comparação).
"O Tibre Branco" é o romance de estreia do jornalista indiano Aravind Adiga e narra a história de um "empreendedor" indiano. Na narração, o eu-lírico, o empreendedor, descreve como chegou na posição [social] em que chegou para o prêmier chinês que visitará a Índia.
O que mais me fascinou nessa leitura foi perceber que o Brasil e a Índia são mais próximos do que eu imaginava. Não apenas porque amos fazem parte do BRIC (Os quatro principais países emergentes, sendo Brasil, Rússia, Índia e China), mas pela existência de duas "Índias". De um lado existe a Índia emergente, dominada pela corrupção e do outro a Índia dos valores tradicionais. Amarrando as duas Índias, vemos a trajetória do personagem principal e suas filosofias sobre o mundo de maneira interessante e divertida.
"Um grande poeta, esse tal de Iqbal - mesmo sendo muçulmano. (Aliás, sr. Prêmier: o senhor já notou que os quatro maiores poetas do mundo são muçulmanos? E mesmo assim todos os muçulmanos que conhecemos são analfabetos, estão cobertos da cabeça aos pés em burcas pretas ou estão procurando algum prédio para explodir? É um enigma, não é? Se você conseguir entender essas pessoas, me mande um e-mail)". Filosofa o Tigre Branco.

Leitura imperdível !

O Tigre Branco
Aravind Adiga
Editora: Nova Fronteira
Edição: 2008

Um comentário:

Puto em Maputo disse...

preciso de um livro para ler talvezez aceite seu conselho...

li os "posts" de Sampa, nada como voltar para o caus!

Que tal continuar a saga dos filmes, mas em sampa? Adoraria ver vc tomarndo uma cerveja no ódoborógodó (muitos acentos para reforçar a entonação) abraços e adoramos seu cartão!
G.