Cada vez mais deixamos o coletivo de lado e focamos nos nossos benefícios. Até aqueles que se preocupam em ajudar o próximo estão cada vez mais escassos, já que estes também se cansam de dar murro em ponta de faca. Pois é, amigo, a vida não anda fácil. Todo mundo tem que se virar para sobreviver e nessa de levar a vida cantando “eu não ajudo ninguém, porque ninguém me ajuda” é que vamos entrando em uma espiral que desembocará no rio do malogro coletivo.
Seja como for, vou contar um causo que ilustra o ponto feito no paragráfo anterior.
Na cidade de um compatriota, todos vivem ocupados e correndo de lá para cá sem apreciar as belezas, ou as peculiaridades, da cidade. A vida não é fácil, como em todo lugar, e a maioria cisma em não ter tempo para apreciar a velocidade da existência.
Em um dia qualquer, desses que o trânsito bate recordes e a insegurança também, ele [o compatriota] estava em um ônibus qualquer rumo ao seu trabalho. Ônibus lotado, diga-se de passagem, mas ainda haviam alguns lugares no corredor para os passageiros que ficariam em pé.
Lá pela metade da viagem um acidente ocorreu. Acidentalmente, acreditamos assim, o ônibus atropelou um jovem rapaz, que aparentava uns 20 e poucos anos e se somarmos as variáveis horário, aparência e livros espalhados, logo presumiremos que o jovem rapaz era um estudante, mas poderia ser um trabalhador, um pai de família, mas o que lhe valem essas características agora?
Todos os passageiros se entre olharam apreensivos e preocupados e suas mentes começaram a relacionar aquele evento com suas próprias caminhadas errantes.
O Motorista pensou: “Aí, Meu Deus!”
A maioria dos passageiros pensou: “Aí, Meu Deus, vou me atrasar !”
E o único que pensou “Chamem uma ambulância, pelo amor de Deus !”, agonizava entre o meio-fio e os carros, coletivos e caminhões que seguiam seu fluxo.